COTAS UNIVERSITÁRIAS
A lei que defende a reserva de cotas
universitárias para afro-descendentes e índios vem dando o que falar na
mídia e, por isso, estou aqui para expor também a minha opinião a respeito.
Para quem não sabe, essa lei garante uma
porcentagem das vagas nas universidades públicas para negros, índios e
pessoas de baixa renda. O projeto já foi aprovado em alguns estados e a lei
já entrou em vigor em 38 universidades federais e estaduais do país.
Como tem mostrado os meios que veiculam as
notícias, esse tema divide opiniões em pessoas de todos os segmentos, desde
os menos informados até os mais graduados na área da educação. Os mais
otimistas alegram-se com a possibilidade da unificação social e racial da
população, já que todos terão facilidade no acesso às universidades.
Por outro lado, nós, os realistas, que
enxergamos o problema de uma forma mais abrangente e a longo prazo, vimos
que isso é uma forma de preconceito escancarada. Aprovar um tipo de lei como
essa é, ao meu ver, taxar os “beneficiados” como inferiores e incapazes de
entrar na faculdade por méritos próprios; é rotular negros e pobres como
aleijados intelectuais.
Isto sem contar que o nível das
universidades públicas, que hoje não é dos melhores, cairá ainda mais. O
jornal nacional mostrou recentemente que um grupo de pessoas, entre eles
políticos e pessoas envolvidas em entidades sociais, fizeram um
abaixo-assinado para que a lei fosse aprovada em todos os estados.
Eles alegam que pesquisas mostraram que nas
universidades em que já se aplica a reserva de cotas, os alunos contemplados
com as vagas apresentaram rendimento igual ou superior aos demais alunos,
mantendo-se assim o nível de ensino da universidade. - Caros leitores, como
é que um aluno que apresenta ótimo rendimento universitário não teve
condições de concorrer a uma vaga no vestibular com seu próprio colega de
classe? - Esta é uma pergunta que nos leva à reflexão e a pensar na
possibilidade dos resultados dessa pesquisa terem sido “maquiados”.
Acredito que a melhor solução seria um
investimento intensificado na educação básica pública, em todos os níveis,
para que todos – brancos e negros, pobres e ricos – pudessem competir de
igual para igual às oportunidades pela vida oferecidas, seja uma vaga em
universidade pública ou um cargo de chefia em uma multinacional.
Por
Dalila Estábel. |